terça-feira, 2 de abril de 2013

'Estou me sentindo livre para trabalhar' diz Marco Feliciano


02/04/2013 15h43 - Atualizado em 02/04/2013 18h09

Deputado afirmou que não se referiu a ninguém ao falar em 'Satanás'.
Ele negou crise com vice da Comissão de Direitos Humanos.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
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O deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), na sessão em que foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos, na quinta (7) (Foto: Alexandra Martins/Câmara dos Deputados)O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na sessão
em que foi eleito presidente da CDHM
(Foto: Alexandra Martins/Câmara dos Deputados)
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, afirmou nesta terça-feira (2) que se sente "livre para trabalhar". Ele falou rapidamente com jornalistas antes de entrar em reunião da bancada do PSC.
"Estou me sentindo livre para trabalhar. Temos muita coisa para fazer nessa semana. Devemos deliberar sobre a minha ida para a Bolívia", afirmou o deputado ao ser indagado sobre as pressões para que ele renuncie por conta de suas declarações polêmicas.
Desde sua indicação para comandar o colegiado, Feliciano é alvo de protestos que o acusam de  homofobia e racismo. A nova polêmica veio à tona nesta segunda, com a declaração, num culto no fim de semana, em que o deputado, também pastor, afirmar que a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, "até ontem era dominado por Satanás". A  pressão já havia crescido após o deputado ter divulgado vídeo que equipara as manifestações a "rituais macabros".
Feliciano pretende ir à Bolívia para tratar da situação de torcedores corintianos presos naquele país pela morte de um menino de 14 anos durante jogo do Corinthians com o time boliviano San Jose. O deputado do PSC também tentou explicar a declaração que fez no fim de semana de que a Comissão de Direitos Humanos era "dominada por Satanás". Ele destacou que não se referia nominalmente a nenhum ex-presidente do colegiado.
"Isso para quem é espiritual não é coisa de Deus. Se não é coisa de Deus é do adversário. Satanás significa adversário", completou o parlamentar do PSC."Eu não disse o nome de ninguém. Eu estava num culto, num ambiente espiritual, falando sobre coisas espirituais. Se vocês assistirem ao vídeo, minutos depois eu falei que a comissão fez um seminário com apologia ao sexo a crianças de zero a seis anos", disse.
Feliciano também ressaltou que "não há crise" com a vice-presidente da Comissão de Direitos Humano, Antônia Lúcia (PSC-AC), que nesta segunda (1) afirmou ao G1 que renunciaria ao posto por se sentir atingida pelas declarações de Feliciano sobre satanás. Nesta terça (2), o líder do PSC, André Moura (SE), disse que a deputada voltou atrás na decisão.

Requerimento
A reunião da bancada do PSC durou menos de uma hora e, segundo Feliciano, tratou das próximas sessões da Comissão de Direitos Humanos e da ida do parlamentar à Bolívia. O deputado também comentou o fato de a deputada Iriny Lopes (PT-ES) ter protocolado requerimento contra ele por quebra de decoro parlamentar.
"É um direito dela", disse. No requerimento entregue à Mesa Diretora da Câmara Iriny pede a instauração de procedimento administrativo disciplinar pela declaração de Feliciano de que a Comissão de Direitos Humanos era "dominada por satanás".
Ao deixar a reunião do PSC, a vice-presidente da comissão, deputada Antônia Lúcia, afirmou que decidiu permanecer no posto após pedido feito pelo líder do partido. "Atendi a um pedido do partido, do nosso líder. O pastor Feliciano pediu desculpas no Twitter, telefonou, pediu desculpas e eu aceitei", disse.
"Não vi crise nenhuma. Conversei com ela e já está tudo normal", disse Feliciano. Antônia Lúcia chegou à reunião da bancada do PSC ao lado do líder do partido e não quis falar com a imprensa.

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