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Para seguro, abril começa hoje


Em 37 anos de Constituição, é a quinta vez que o PS apresenta uma moção de censura. A quarta que este Governo enfrenta.
Cristina Figueiredo
 Última atualização há 8 minutos
Uma semana depois do regresso de José Sócrates e quatro dias antes de o ex-primeiro-ministro iniciar o seu programa semanal de comentário político na RTP, o debate desta tarde é a primeira das muitas provas que o icónico mês de abril traz ao secretário-geral socialista.

A queda do Governo como "única saída"


Seguro vai justificar a censura ao Executivo de Passos Coelho pelos números que descrevem a atual situação do país: 942 mil desempregados, três anos consecutivos em recessão, dívida pública de 123,6% do PIB, défice orçamental 3, 2 mil milhões de euros acima do previsto. Mas também pelo "sentimento de desesperança e até de desespero" dos portugueses e, "sobretudo pela perda de confiança na capacidade do Governo em oferecer uma resposta credível para a saída da crise".
Um estado de coisas que, na análise do líder da oposição, decorre "em grande medida das opções e dos erros do Governo" que "rompeu todos os equilíbrios necessários", na frente interna - levando "ao afastamento dos diferentes partidos" - e na frente europeia - o PS acusa o Governo de "radicalismo ideológico, ausência de pensamento próprio e falta de vontade" que o levaram a "abdicar da defesa sistemática das melhores soluções para o nosso país".
"Os portugueses não aguentam mais. Ao contrário do que diz o Governo, Portugal não está na direção certa. Chegou a altura de dizer: Basta! Chegou o momento de parar com a política de austeridade que está a empobrecer o nosso país", sustentam os socialistas, assim justificando que só reste "uma saída democrática para solucionar a crise: a queda do Governo" e... novas eleições.
É a quinta moção de censura que o PS apresenta em 37 anos de Constituição. A última vez tinha sido há dez anos, quando Ferro Rodrigues entendeu censurar o Governo de Durão Barroso pelo apoio à intervenção militar dos EUA e do Reino Unido no Iraque, antes de uma decisão da ONU. 


Fonte :  http://expresso.sapo.pt/para-seguro-abril-comeca-hoje=f797811


Portugal é independente no vinho mas muito dependente do exterior nos cereais

Auto-suficiência alimentar do país situa-se nos 81%, com grandes disparidades. É excedentário em vinho mas depende do estrangeiro para os cereais e oleaginosas.
Portugal é excedentário em vinho PAULO RICCA
Muito do que Portugal consome a nível alimentar é produzido no país. No caso dos produtos agrícolas, que incluem vinho e azeite, os portugueses conseguem garantir 83% das suas necessidades. Esse valor desce para os 82% no caso dos produtos de pesca e para 79% no que diz respeito aos produtos da indústria alimentar. Já nas bebidas (sem vinho), a fasquia sobe para os 96%. O que significa que, em média, a auto-suficiência alimentar situa-se nos 81%.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que analisa os dados para o período de 2006 a 2010, os produtos agrícolas onde Portugal é praticamente independente do exterior são o azeite, as hortícolas, os ovos e os frutos secos. No vinho é excedentário. A maior dependência do estrangeiro surge nos cereais e oleaginosas.  
Já no que diz respeito à indústria alimentar, os portugueses conseguem garantir o seu abastecimento no caso dos frutos e hortícolas transformados e é excedentário em conservas de peixe. Mas a indústria da pesca é ainda escassa para a procura pois Portugal tem de importar mais de metade do que consome no que toca a peixe congelado, seco e salgado.
Outro sector com grande dependência do exterior é o dos cereais, que representam, em valor, 42,4% das compras no estrangeiro de bens agrícolas. “A produção nacional é pouco competitiva no sequeiro mas tem margem de progressão no regadio, particularmente para a cultura do milho. Relativamente às oleaginosas, a situação altamente deficitária dificilmente será corrigida, dado que as condições edafo-climáticas nacionais não são favoráveis à produção das principais oleaginosas (soja e colza)”, explica o INE
O valor médio anual da produção agrícola situou-se próximo dos 7000 milhões de euros entre 2006 e 2007 crescendo 1,2%, em média, por ano. O azeite e o vinho valem praticamente um quarto do valor total da produção, enquanto a pecuária vale outros 23,3%.
“As transacções dos produtos agrícolas entre 2006 e 2011 representaram, em média, 4,1% do valor global das importações e 3,2% das exportações. O saldo da balança comercial deste tipo de produtos apresentou um défice de 1,3 mil milhões de euros e uma taxa de cobertura de 48,4%”, adianta ainda o INE.
As trocas comerciais de produtos agrícolas fazem-se sobretudo com países da UE. Os principais fornecedores são Espanha e França, os mesmos mercados para o país exporta mais. Dos EUA e Canadá chegam ao país essencialmente sementes de oleaginosas e cereais.

Fonte : http://www.publico.pt/economia/noticia/portugal-e-independente-no-vinho-mas-muito-dependente-do-exterior-nos-cereais-1589864


A primeira fase do ataque foi um êxito”

20.03.2011 - 11:16 Por Dulce Furtado, Isabel Gorjão Santos
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 A coligação internacional que ontem iniciou uma intervenção militar na Líbia diz que já foi estabelecida uma zona de exclusão aérea e travada a ofensiva de Khadafi sobre os rebeldes em Bengasi. “A primeira fase do ataque foi um êxito”, considerou o chefe de Estado-Maior Interarmas norte-americano, almirante Mike Mullen.
Bombardeamentos da aviação francesa na estrada que chega a Bengasi desde AjdabiyaBombardeamentos da aviação francesa na estrada que chega a Bengasi desde Ajdabiya (Goran Tomasevic/Reuters)
A próxima fase da intervenção terá como objectivo cortar abastecimento às forças de Khadafi para limitar a sua capacidade de combate, explicou hoje Mike Mullen numa entrevista à estação televisiva ABC. “As suas forças estão bastante dispersas, entre Trípoli e Bengasi”, adiantou o principal responsável militar norte-americano. “Por isso vamos tratar de cortar o apoio logístico a partir de amanhã”.

Trípoli, a capital, fica na parte ocidental do país e é onde estará Khadafi, que numa mensagem transmitida esta manhã voltou a desafiar as forças da coligação, chamou-as “terroristas” e “bárbaros” e disse que os depósitos de armas estarão à disposição da população para se defender dos ataques. “Não nos derrotarão”, adiantou. Já Bengasi fica na parte oriental do país e é o bastião dos rebeldes, a primeira cidade tomada pelos opositores que querem derrubar o regime do coronel que governa a Líbia há mais de 40 anos.

Mike Mullen sublinhou, desta vez numa entrevista ao programa “Meet the Press”, do canal NBC, que “as operações correram muito bem”. E adiantou: “Ele [Khadafi] não pode pôr a voar nenhum helicóptero nem nenhum avião nos últimos dias. Por isso, de facto, foi posta em campo a zona de exclusão aérea”.

Os ataques da coligação internacional continuaram pela noite dentro, com várias explosões a serem reportadas durante a madrugada perto da capital, Trípoli, por volta das 2h30 locais. Mas a manhã acabou por revelar-se “relativamente calma, com o trânsito a rolar como normal, embora o ambiente esteja muito tenso”, disse o correspondente da BBC Allan Little.

Regime de Khadafi garante que morreram 48 civis
As autoridades líbias contavam a morte de pelo menos 48 civis nesta primeira fase da missão da comunidade internacional – a “Odisseia Amanhecer” – a que se somam mais de 100 feridos; segundo o regime são na esmagadora maioria civis apanhados pelos bombardeamentos dos aliados internacionais. Este número de vítimas mortais acabou por ser actualizado para as 64 por um responsável de saúde do regime líbio: "Houve pessoas que morreram devido aos seus ferimentos", explicou.

O canal norte-americano CBS noticiou entretanto que três bombardeiros dos Estados Unidos B-2 lançaram esta manhã pelo menos 40 bombas convencionais sobre vários alvos incluindo uma das maiores bases aéreas de Khadafi – a informação foi já confirmada pelo Pentágono, mas sem especificar quais foram os alvos destes raides. Um responsável militar líbio que não quis ser identificado adiantou à Reuters que se tratou da base de Al-Watyah, a cerca de 170 quilómetros de Trípoli. "Tentaram atacar as defesas anti-aéreas", adiantou. "Algumas ficaram danificadas".

Hoje ao início da tarde, o chefe da Liga Árabe, Amr Moussa, criticou os bombardeamentos da coligação internacional contra a Líbia, estimando que estes se afastam do objectivo inicial de imposição de uma zona de exclusão aérea.

O ministro da Defesa britânico confirmou, por sua vez, que os aviões britânicos também já estiveram no ar, atacando os sistemas de defesa aérea do regime durante a noite em volta de Trípoli. Os caças britânicos Tornado voaram directamente da base da Royal Air Force em Marham, tendo disparados vários mísseis Stormshadow.

Mais aviões dos aliados internacionais – depois dos franceses e britânicos que estiveram a actuar desde a tarde até noite dentro – irão posicionar-se em bases no Mediterrâneo para participar na operação. A intervenção passará a contar com meios militares do Canadá, Dinamarca e Espanha que deverão entrar em acção ainda neste domingo, de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Alain Juppé.


Kadhafi prevê uma "guerra longa" na Líbia

Hoje
USS Stout (DDG 55) dispara um míssil Tomahawk contra a Líbia

O líder líbio, Mouammar Kadhafi, afirmou hoje que a Líbia jamais vai permitir que os novos "cruzados" se apoderem e explorem o petróleo do país e previu uma "guerra longa".

"Todo o povo líbio tem armas", afirmou numa mensagem sonora difundida na televisão oficial líbia, acrescentando que será identificado "qualquer traidor ou colaborador da coligação dos cruzados", numa referência aos países que decidiram avançar com uma ofensiva.
Após semanas de hesitações, de um mandato da ONU e de um apoio árabe, uma coligação internacional com os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha na liderança passou sábado à ofensiva para tentar travar a repressão da revolta lançada há mais de um mês contra o regime de Muammar Kadhafi.
A resolução 1973 da ONU, adoptada na noite de quinta-feira, autorizou o recurso à força para proteger a população líbia. A China e a Rússia, membros permanentes do Conselho de Segurança, abstiveram-se mas não utilizaram o seu direito de veto para bloquear o texto. A Rússia lamentou esta intervenção militar internacional, efectuada no âmbito de uma resolução da ONU "adoptada à pressa".